Não é culpa de ninguém. Sou eu mesmo quem me destruo, mesmo tendo sido eu mesmo quem construiu tudo. Fui eu mesmo que construí aquela ponte enorme e depois, quando choveu, fui eu, o próprio, que voltei para minha cabana para me aconchegar em minha rotina morna. Nem quente nem fria.
Eu estava já indo embora. Consegui por alguns instantes me soltar, aproveitei e corri o máximo que pude. Me molhava, mas corria, era um grande risco, mas corria. Estava quase chegando lá, mas fui capturado e envenenado novamente. Veneno. Não podia mais ver com clareza, meus olhos aos poucos se fecharam, dormi. Dormi e o sono foi tão profundo que não ouvi os chamados.
Fui eu quem tropeçou ali. Agora que passou, só consigo advinhar o que perdi, advinho alto, advinho muito, advinho muita alegria. Só consigo, então, me sentir idiota. Só consigo perceber o quanto isto se repete todos os dias, o quanto estou perdendo nesta farsa-tragédia. Não é culpa de ninguém, e em ninguém eu me transformo.
sexta-feira, junho 03, 2005
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