"Este rumor monótono de conversa, estes odores misturados, as feições que se desarrumam e se deslocam no ato de falar atordoame-me: não conheço ninguém, não possuo o hábito destes templos exóticos em que se sacrificam não já víscerass de aniamis, mas o próprio fígado, modernas catacumbas a que as lâmpadas votivas das luzes raras e o murmúrio de reza das conversas conferem uma tonalidade de religião sacrílega de que o barman é o bezerro de ouro, imóvel, atrás do altar-mor do balcão, cerdado pelos diáconos dos frequentadores do costume, que ereguem em seu louvor black-velvet rituais."
António Lobo Antunes, em Os Cus de Judas.
Eu amo a noite.
terça-feira, junho 14, 2005
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