Está um frio que é bom, aqui. Algumas engrenagens vão voltando a funcionar.
Presto muita atenção nas linhas gerais das coisas e descubro certos padrões que, de vez enquando gritantes, costumam ser invisíveis. Daí me disponho a afirmar que as coisas todas são entre si muito parecidas. E as pessoas todas, as vidas todas e o ontem, o hoje e o amanhã.
Terça-Feira eu estava triste e agora já me sinto muito bem comigo. Se me visse andando do outro lado da rua, diria na minha cabeça "Vai ali um bom sujeito", mas eu mesmo nunca passo do outro lado da rua. Se passasse, seria o outro lado da rua este lado da rua e não o outro lado da rua.
Mas a impressão que me dá é que as coisas, pessoas, vidas, dias não são simplesmente parecidos. São a mesma coisa. Um professor tal me apresentou a uma teoria da Física Moderna de que se um elétron tem dois lugares por onde passar pra chegar do outro lado, ele não vai escolher um dos dois e sim passar pelos dois.
Então, penso eu: as coisas todas não são várias, mas são só conjuntos de probabilidades do que A Coisa pode ser. Idem com os dias, vidas, gentes.
Mas às vezes acredito que eu mesmo e alguns outros concentramos em cada um de nós mais de uma probabilidade do que O Ser-Humano pode ser.
Um dia sou a chave, outro o cadeado, outro a corrente. E me enlouquece muito.
terça-feira, agosto 01, 2006
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3 comentários:
eu sempre acho bonito.
Henrique - talvez o que mais importe sejam as pessoas de ambos os lados da rua em relação às quais ora desejamos atravessar, ora preferimos seguir adiante, na liberdade das ruas...
Olá, gostei de seu blog!
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