quarta-feira, julho 16, 2003

O que há? O que há comigo? Não tenho dormido bem e uma enorme tristeza vem com a noite. Sono, olhos semi-abertos. Estou dentro de casa, limitado ao meu quarto, meus 30 CDs, uma caixinha de bombom alpino, esse computador e essas teclas que não mentem.

O que houve nesses dias? Muitas coisas. Coisas demais para que eu possa me lembrar. Horas deitado no escuro com os olhos abertos. Deitado sonhando em meia consciência. Correndo por uma avenida escura... Correndo dos ladrões. Deitado sonhando estar deitado e sendo assaltado dentro de casa. Deitado acordado tentando sonhar com qualquer coisa por mais tempo. Cada minuto demora e depois de uma jornada chega o dia. Eu vejo o relógio fazer a última alteração silenciosa das 5:59 para as 6:00 e me fazer levantar porque o barulho que ele faz é insuportável.

O caminho para o colégio é tão automático que poderia dormir andando... Lá eu encontro pessoas, distribuo sorrisos em troca de frases bem humoradas. Troco toques de mão. Pessoas. Essa coisa toda de animal social... Racional. Emocional. Carente de entretenimento. Eu me tornei um animal social... Eu sempre fui. Desde que aprendi a falar, e meus pais dizem que foi cedo.

Onde estão os meus impulsos? Longe desse quarto, desse apartamento... Em casa... Em casa me dá sono e eu durmo mal. Eu quero sair. Agora... Mas não, amanhã preciso acordar cedo e dessa vez vou ao menos tentar dormir. Sono eu tenho, mas também tinha ontem. Ontem doíam-me todos os músculos e os ossos dos dedos mindinhos das duas mãos. Bolas mal passadas. Meu dedo mindinho da mão esquerda está fraturado e não posso nem ao menos tocar violão para me acalmar.

E há 7 dias meu coração de poeta nada concluiu. Estive tentando algo condoreiro. Algo de cunho social para escrever uma música agressiva... Mas não... Eu sei é falar de mim. Eu só posso falar de mim porque só de mim posso saber... Mas o que há? O que há comigo?

Sem comentários: