segunda-feira, agosto 18, 2003

Como ando? Para frente... Olho pra baixo, ou para lugar nenhum, Ós caminhos são os mesmos de ontem. E anteontem. Já os conheço bem. Só não sei para onde estou indo... Para onde estou indo e levando comigo a minha vida, o meu futuro. E o que estou fazendo com meu presente, meus sábados e domingos, meus dias de feira, meu ócio, as pessoas que me olham todos os dias e não sabem quem eu sou e nem fazem questão porque eu não sei quem elas são e nem faço questão.

Tem tanta gente que eu ignoro... Que não trato nem bem nem mal, que eu simplesmente deixo lá onde estão. Parecem felizes sem mim e não mereço ser nem assunto. Me elogiam por coisas que não consegui, simplesmente fiz. Eu tenho aptidões escolares, tiro notas boas sem muito esforço. Aprender para mim é fácil. Acho que tenho mais facilidades nesse ramo que o normal. Mas não faço quase nada que se torne difícil. Abandono, continuo onde estava. Qual foi a última coisa significativa que aprendi a fazer? Acho que foi tocar violão. Foi fácil. Foi quase natural. Poderia ter me especializado em alguma coisa, mas larguei. Abandonei e se evoluo é por prática e não por persistência.

Acho que tenho menos facilidades no ramo social que o normal das pessoas. Eu conheço pouquíssimas pessoas. Esse número ampliou-se um pouco esse ano, mas só um pouco. Passos curtos e esporádicos levam para frente a minha vida social. Sim. Eu tenho um grupo fiel de amigos muito amigos. Já fui elogiado por isso e foi muito bom receber um elogio de verdade. "Você é incrível. Não tem falsidades com ninguém, todo mundo que você conhece é seu amigo mesmo". O problema é que eu não odeio ninguém, eu não preciso ser falso com ninguém para tratar bem.

Tenho andado mal há quase uma semana. Hoje eu mal abri a boca, mal sorri. Cumprimentei, até conversei um pouco. Me deram o violão na mão e toquei umas coisas tristes de improviso. Estão acostumados comigo sério, quando eu estou mal ninguém pergunta porque. Talvez ninguém perceba... Talvez não queiram conversar, ou não se importem, ou estejam cheios de seus próprios problemas. Que não se importem, então. Não quero nada que não seja de verdade. Talvez por isso eu ande assim tão triste. O mundo é cheio de falsidades.

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