quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Estou dormindo melhor e minha tolerância em relação às pessoas com que convivo melhorou. Elas só estão lá lutando por suas vidas, assustadas pelos professores e pelo tempo que deverão arrumar para tantos estudos. Assim como eu. Acho que estou na fase mais imediatista da minha vida. Tudo que faço e que estudo é voltado para o vestibular no final do ano. Se eu vejo o jornal na televisão, leio as revistas da semana, um livro, um conto, escrevo um post para o blog ou a resposta de um exercício, estou fazendo isso para o vestibular. E enxergo claramente a necessidade de tudo isso. De não relaxar e estudar como nunca estudei, e nunca estudei, para fazer a tal da prova. Todos na sala estão calados ouvindo o professor. Estamos na primeira semana.

Lembro-me da segunda série do primário. Era a primeira semana de aula e a professora me escolheu para entregar papéis. Era um dever de casa: palavras cruzadas e umas contas de somar. Todos acharam um absurdo. "Nâo pode, é a primeira semana de aula." Podia sim, e estava acontecendo. Era incrivelmente fácil responder, mas eu nem dei importância. Quem daria? Agora é a primeira semana do terceiro ano colegial, os professores mal tem tempo de dizer seus nomes e já começam com perguntas difíceis. E todos se esforçam para chegar às melhores respostas. Pode sim, está acontecendo.

O vestibular? Eu ainda não tenho certeza do que ou onde vou fazer. Sei que ele não me assusta. Sei que posso passar tranquilamente sem ter que arrancar os cabelos, é só ter responsabilidade. Será a última vez que terei que ouvir essas aulas sobre coisas que não me interessam. E depois sei que ainda vou me lembrar com saudades do meu tempo de colégio, dos meus amigos e das tardes de sábado que virão. Só tenho medo de não me divertir o suficiente. Estou olhando ao redor e não vejo novidades. Mas é melhor ter calma, ainda estamos começando.

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