quinta-feira, novembro 20, 2003

No meu caminho para o colégio, cruzo todos os dias com figuras muito interessantes, a mesma gente dos colégios das redondezas, os mesmos trabalhadores, as mesmas pessoas esperando ônibus no ponto, os mesmos carros no engarrafamento causado pelos dois grandes colégios do Garcia, os mesmos mendigos e um mesmo menino.

Ele usa a farda do meu colégio, estuda lá. Deve ser 4ª ou 5ª série. Já o vi indo quando vou mais cedo e mais tarde, uma vez dentro da padaria, mas normalmente vamos em sentidos opostos. Eu com minha mochila e canetas, ele com um saco de pão. E vem ele com o saco de pão na mão e uma expressão alegre no rosto. Deve sair mais cedo, comprar o pão, levar em casa e depois ir denovo para o colégio. Sozinho. Sem acordar a mãe, talvez. Me dá vontade de sorrir e chorar.

Na escola, o menino corre, pula, se esconde, procura. Quebrou o braço uma vez nas brincadeiras, mas ia pro colégio com o braço engessado e fazia as mesmas coisas. Não pára, está sempre de brincadeira com os colegas. Menino sempre contente que me deixa admirado... Já ouvi como o chamam por aí, seu apelido é Sorriso.

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