domingo, novembro 23, 2003

Estou de férias. Ontem fiz a última marca no gabarito. Questão 25, 04. Entreguei as provas e os gabaritos ao fiscal e saí, encarei o sol no meu rosto. Me dei conta do que tinha acontecido e desci contente do pavilhão. Acabou. Férias. Que será de mim agora sem o encontro social diário garantido? Terei que me garantir. Mas pelas amizades que consegui esse ano, não será difícil. E daqui a menos de 20 dias estarei embarcando para a Europa.

Como eu já disse, minha mãe está na França fazendo Pós-Doutorado em Artes Cênicas. Vou visitá-la. Passo dois mêses em Paris com uma passagem por Londres. Ótimo, não? Claro, claro... Só não estou ansioso como o esperado. Aliás, eu dificilmente fico ansioso para alguma coisa. O tempo sabe as suas medidas. Sol, lua, sol, chuva. O tempo vai pra frente e não pergunta... E estamos nós de chinelos na estrada, seguindo a placa.

Placa

Não devo parar
A estrada não volta, só vai
A terra do meu calcanhar
Já fica pra trás

Um minuto se vai
Com ele a gota de suor
Dos meus olhos cansados
O que eu vi nunca mais

O céu azul puro
O horizonte de areia bem longe
O corpo arreado que anda
Não é de ninguém

A carne fraqueja
Nos dias de sede, os mais quentes
A garganta vive na saliva
O sol é o rei

O que vem ninguém viu
Não aconteceu

Não sei o que vim fazer aqui
Só vi a placa na estrada e segui
Meu caminho é sozinho e sem sombra
Minha escolha é pra frente, não tem outra

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