segunda-feira, junho 02, 2003

Versos? Não sei. Um fluxo:

Diante de tanta energia
Eu me encontro em letargia poética
Mesmo que ainda pulsem
(e pulsam com força)
As maiores sensações

Mesmo que eu seja
Só um camponês
Num grande feudo
Alimentando um nobre
Que nem me chama pelo meu nome

E o que eu significo
Para outros mil e dez?

Eu sou um só
E cada um é
Individual

Nossos egos carentes de vaidade
Beleza, luxo, poder
Subordinação dos menores

Me dá raiva. Eu fluxo.

Se o fluxo natural da humanidade
Só leva à destruição dos semelhantes
Em nome do ouro dos tolos

O homem deu valor ao ouro
porque tinha ouro que outro não tinha
O homem deu valor ao ouro
Matou e roubou o outro que tinha

E reis fazem isso
E padres fazem isso
E eu e você seremos tentados a fazê-lo

Os humanos são mesmo conscientes?
Minha vantagem são os meus dedos que se opõem
E não ser agudo nem grave
Esse é o tom e a partitura
Do fluxo dos homens num pedaço do tempo infinito

Sem comentários: