terça-feira, maio 11, 2004

É um incêndio na escola. Funcionários correm assustados, professores mantêm a compostura e a maior parte dos alunos não esconde a animação e o interesse pelas causas do acontecimento. Estão sendo queimados cardernos, livros, cronogramas e avisos aos senhores pais. Cinzas. É o destino de tudo que vemos e compramos com os olhos da cara. As paredes, as grades, os muros...

... As portas. Nunca foram tantas. Nunca desaprendi e me desprendi de tantas tolices em tão pouco tempo. Nunca me senti tão livre e resolvido com meus conselhos, opções e escolhas. A dúvida continua aqui, mas para me mostrar que nenhuma certeza é absoluta, nenhum caminho é sem volta e nenhum poço é sem fundo. Já tive as águas do mundo sobre minha cabeça e consegui atravessá-la. Estou no alto da montanha.

Vejo daqui, sentado numa calçada de mármore, todo o fogo. Tudo aquilo vai cair deixando espaço para uma floresta crescer das flores mais delicadas às árvores mais imponentes da natureza. Verde. O único sinal à minha frente. Meu vôo livre está começando.

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