segunda-feira, maio 17, 2004

Eu sei muito bem o que é e sei o nome. Quando os olhos se mexem pelo cômodo sabendo que ele está vazio, mas com esperânças sinceras de vê-la. Quando tenho certeza de que ela não vai aparecer na minha frente, mas fecho os olhos e conto até 10 e mais um pouco pra ver se ouço a voz. Quando o ritmo acelera com força e pegada. Bumbo, condução, tambor, virada e pratos. É a marcação da minha música que ela faz direitinho.

Mas o curso dos meus atos eu não sei qual é. Eu posso não fazer o menor sentido. Os olhos se mexem pelo cômodo circular e procura um canto para eu encostar a cabeça e me esconder. Só existe o canto da minha voz que ecoará pelo vento. Tomara que chegue lá. Preciso achar os ventos certos. Preciso soprar eu mesmo, estou inspirando todo o ar que posso. Temo que demore demais.

Eu sei muito bem o que é e sei o nome. Não posso, não devo, não quero deixar passar como se fosse uma exclamação qualquer.

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