quinta-feira, abril 29, 2004

Ontem peguei de volta meu guarda-chuva que estava emprestado. Eu sabia, a terra me avisou de algum jeito. Agora chove e tem chovido o dia todo, mas eu estou bem protegido e aquecido. Assim, a chuva é bonita. Um descanso para todos os sentidos. A linda visão de serenidade, o som tranquilo, o clima ameno e o cheiro que sobe do chão onde ainda tem terra e capim. Arborização dos calçadões.

Mas a minha cabeça voa longe do chão. Numa montanha verde onde eu e meus amigos celebramos ao som suave de uma flauta e da chuva... Lá de baixo e de outras montanhas é difícil entender. Não culpo ninguém, ninguém sonegue me culpar. eu escuto algumas vaias, mas não me incomodam. Prefiro ficar por aqui, onde sou feliz.

Muitas coisas me distraem. Um pássaro alça vôo e me leva a correntes de pensamentos, versos, prosas, fotografias... A beleza das coisas me faz palpitar, mas eu me vejo forçado a me concentrar na feiúra, conviver com ela e dar mil voltas repetidas num quadrado. Uma moldura de foto ou de diploma, uma pose feliz. Uma pose. Enquadrado.

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