segunda-feira, dezembro 08, 2003

Meu pai está aqui em Salvador com o filho que teve com uma outra mãe. O menino tem quase 2 anos de idade. É muito interessante ver o guri, suas reações, suas manifestações de esperteza, de interrogação, de exclamação. É um garoto divertido, com tudo se alegra, brinca, sai correndo... Chora só quando tiram ele da piscina, do mar ou qualquer coisa que envolva água. Ao contrário da maioria dos bebês chorões, ele não é nada chato.

É a primeira vez desde que alcancei consciência dos meus passos que posso acompanhar o crescimento inteiro de uma pessoa. Vou poder vê-lo daqui a 5 anos e dizer que já o vi do tamanho de um travesseiro, ver traços do seu rosto se transformando, ver a sua personalidade se desenvolver e depois avaliar o que já existia no bebê e que existirá no adulto.

O irmão pequeno e tão pequeno me coloca numa posição arquetípica: a de irmão mais velho. Me sinto de uma maneira... diferente nessa função. O irmão mais velho, e muito mais velho como sou, dispõe de uma parcela diferente do tempo do pai. Me sento com meu pai na mesa do bar, discuto negócios... Sei não. Parece que tenho que ser austero e sóbrio para desempenhar bem nova função... Penso mais no futuro distante, quando ele tiver minha idade e imagino os pensamentos que habitarão sua mente. Lá saberei melhor o que fazer... Só espero ser amigo do meu irmão, apesar da distância, mais tarde.

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