quarta-feira, setembro 28, 2005

Esta é a voz de um homem amargurado. Deixado e trocado. O homem aqui, eu, vou falar de amor. O amor não é lindo. O amor não é tudo de que precisamos. O amor não vence sempre no final. O amor só às vezes dá uma sorte e essa sorte não seu deu comigo. Eu persisti bastante, heroicamente, mas chega um ponto em que, mesmo para um herói, é mais digno desistir. Digno e cruel, pois não está o fracasso na derrota, mas sim na desistência.

E eu só consigo pensar que sou eu o fracasso. Fui eu que mergulhei de cabeça nessa aventura insana. O mundo é mesmo cruel, algumas pessoas ficam de fora, algumas pessoas não foram feitas para a vida. Não quero ouvir nenhuma música. Meu coração precisa endurecer. Entender que aquela esperança toda é por coisa que não existe. Tem outro lá dizendo que não, que é tudo lindo do lugar de onde ele vê. Isso tudo dói.

Existem mesmo pessoas com outros conceitos, as que tiveram só experiências bonitas. Hoje eu pensei não queria que nada disso tivesse acontecido, nada mesmo, desde o começo mesmo. Que naquele dia eu não tivesse levantado a cabeça pra olhar quem vinha. Não me importa a carga de aprendizagem que veio com a minha experiência desagradável. É só muito sofrimento. Infelicidade.

E se eu daqui a uns dias disser que estou bem, será mentira. Se eu disser que vi o pôr-do-sol e fiquei feliz, será mentira. Até se eu viajar pra Europa e disser que lá é tudo lindo e está sendo uma viagem maravilhosa, será mentira. E no natal, quando eu estiver tocando violão com minha família, quando eu sorrir, será mentira. Se eu passar na UNICAMP e for comemorar, será mentira. Infelicidade.

Esse texto é mesmo feio.
Foda-se o poder criativo da dor.

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