quinta-feira, outubro 21, 2004

Acordo bem cedo, porque agora estou distante do colégio, faço um trajeto de uns 40 minutos de ônibus. Quando passo pelo portão do prédio, encontro o porteiro que passou a noite inteira em serviço cantando uma daquelas canções antigas - e canta muito bem. Bom dia! E ele responde com alegria e fineza. O sol da manhã no rosto é gostoso, não queima, aquece, dá energias para carregar a mochila. A volta pra casa, com o sol do meio do dia é mais cansativa, mas é compensador chegar à mesa posta ao final dele.

De tardinha, lendo na varanda. Existe uma imensidão de árvores diante de mim, é uma linda paisagem. De tardinha, elas ainda se mostram verdes, bem vistosas. Ainda há o verde na luz, nas folhas, nos meus olhos e eu entendo o que a ciência explica para este fenômeno. O céu ainda é azul, mas vai perdendo a cor gradualmente. Ele passa, durante alguns minutos, por um amarelo bem da cor do sol e este amarelo bate nos prédios, no parque, na rua, nas costas das pessoas, na minha varanda, no meu livro e é a hora mais bonita do dia. O ar fica frio, a luz vira sombra, o céu fica vermelho e também é muito bonito. Li mais um parágrafo e escureceu. Luz artificial, mas só aqui dentro de casa - não chega nas árvores. Fica tudo umbral, não se sabe do que é feito, até onde vai e então tudo parece imenso.

É noite e o silêncio é impressionante. Estou numa metrópole, mas a proximidade do Parque Da Cidade trás a tranquilidade de uma fazenda. Estou no décimo primeiro andar e ouço grilos. Não há muito barulho de carros, não há caixas de som tocando pagode. Só existe a música que eu quiser ouvir, se eu quiser ouvir. Estou adorando morar aqui.

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