quinta-feira, agosto 26, 2004

Seremos perfeitamente civilizados
Sem intimidades ou ousadias
Nada de cantar alto à noite
E entre nós, mais nenhuma poesia

Uma fórmula para o sumiço
Como se não tivesse sido
Nenhum passeio pela lua
Nenhum sussurro no ouvido

A garrafa lacrada e seca
Como a minha boca
O nó trancado e cego
Como os meus olhos

Não mordo, não falo, não beijo
Não choro, não pisco, não vejo
Tenho muita sede, mas não bebo
Tenho um grito, mas silencio

Seremos cúmplices do absurdo
E não nos veremos mais

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