segunda-feira, março 08, 2004

Fui bem nas provas de ciências exatas. Sempre vou. O terceiro ano está se provando não tão difícil quanto eu previa, as minhas previsões em relação ao futuro é que estão desmoronando gradativamente. Não sei mais se vou conseguir ir pra USP, não sei se vou sair de Salvador, se vou continuar morando com minha mãe... Não sei nem mais se vou cursar jornalismo. Eu achava tão certo... Nada é certo, e isso é tão bom.

Se eu pudesse ver toda minha vida daqui de onde estou, até o fim, que graça teria viver? Eu estive até agora num corredor assim: sem portas. Agora estou chegando ao fim dele e as escolhas são tantas que me confundem. O medo é que eu fique parado. Que eu entre num túnel circular e fique repetindo trajetórias uma vez depois da outra sem saber que é só dar um pulo pra sair.

Só vou seguindo minha vida, um dia depois do outro e sem muita chance de mudar. Sonolento por um caminho ensolarado.

Desculpem a demora entre um texto e outro e a brevidade de cada um, não ando muito inspirado. Coloquei em versos a idéia do penúltimo post:

Impulso

Pedaços do casco do navio
E de coisa pior
Flutuando ao meu lado na superfície
Cheiram mal, fazem barulho

Os músculos estão tensos
Do frio e da luta
De uma guerra perdida
Da estrela contra os cegos

O mar, poderoso e imponente
Inteiro e de todo lado
Com sua grandeza e bondade
Me oferece a paz e o silêncio

Relaxo e me deixo
aceito a oferta generosa
Entro em harmonia com o oceano
E afundo suavemente

O descanso é valoroso
Preciosa a paz e o siêncio
POrém não são eternos

Tocarei o chão com os pés
E com o impulso saltarei
Para além das núvens

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