domingo, março 28, 2004

Estava frio demais, escuro demais, os crustáceos negros e cegos me mordiam a pele eu sangrava até o sal cauterizar as feridas completamente. Ardia como se o meu corpo estivesse todo aberto. E a alma estava toda aberta e sangrando. Ninguém ao meu redor. Ninguém. Eu ia implodir, não era mais possível.

Foi então que ela veio me salvar, veio linda e pura como eu queria. Com a harmonia daqueles que podem chegar nas profundezas do oceano e ainda se fazer propagar. Trazer a luz, a cura, a corda. Veio com todos os sentimentos nobres fazer carinhos nos meus ouvidos, antes que os tímpanos estourassem. Toda a minha explosão foi por ela e por ela eu subi para respirar e cantar a plenos pulmões.

Sim, amigos, foi a música que me resgatou.

"Eu corri pro violão num lamento e a manhã nasceu azul. Como é bom poder tocar um instrumento" (Caetano)

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