domingo, abril 10, 2005

Ontem eu menti para um motorista de táxi. Me senti ridículo. Voltava para casa às 3 horas da manhã, "minha namorada não pôde vir.", sozinho. Voltava pra casa sozinho e é isse que sou hoje. Entre amigos e metáforas alcóolicas, apenas, e sempre vagando por aí com as minhas verdades perturbadoras. Eu curti a ilusão do trajeto, mas mentir me dói.

Estou tão fraco que precisei me fingir de bom. Precisei ficar por cima em pelo menos um diálogo, pelo menos uma vez não falar de ser só e só saber sê-lo. Agora eu tenho vergonha disso tudo, e é por ter vergonha que eu mostro isso aqui. Para que as pessoas saibam e me critiquem, mas que eu possa dizer-me já ciente da contradição.

Tento derrubar minhas máscaras e ser eu, mostrar eu, aparentar eu, dar a perceber eu (E quem é Eu?). É muito mais fácil fazer isso com um motorista de táxi às 3 horas da manhã do que com minha família, com meus amigos...Eu sofro por ter que me fingir de bom, de tão ruim que sou, pra manter a convivência... Concessões. Concessões para mim têm gosto de mentira...

E é às pessoas que eu mais amo que tenho de conceder.

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