quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Meu cabelo cresce. Eu nunca tinha pensado, perguntado, ouvido falar ou lido sobre isso, então me ocorreu duvidar se eles crescem apartir das pontas ou das raízes. Numa fração de segundo menor que o átimo, me veio e me fui à resposta através de vários raciocínios. Imaginei os primeiros capilólogos realizando experimentos, me lembrei de conversas antigas sobre cosméticos, shampoos, condicionadores, antifrizz... De fato, cresce o cabelo apartir da raiz.

Importância qualquer, isso aí acima não tem. Estou em Brasília, deitava-me na rede (há aqui uma rede, pois estou em apartamento de baianos, como eu) e pensava em inúmeras coisas. Tentava advinhar algum final para o livro que estou lendo, outro romance português, calculava mentalmente quantas questões a mais teria que ter acertado para que o resultado do meu vestibular Unicamp tivesse sido positivo, ao contrario do que foi na verdade, pensava nesta cidade estranha em que estou.

Sim, Brasília é uma cidade estranha. Imagino, enquanto ando pelas ruas - sempre com o tráfego fluente - que esta cidade foi totalmente inventada. Não surgiu de maneira natural. Não veio aqui um homem, achou que seria um bom lugar para viver e montou uma casinha, não vieram depois outras famílias e montaram outras casinhas, não veio depois um comerciante explorar o novo nicho. Veio um político excêntrico, resolveu que aqui seria a capital do Brasil e construiu tudo de uma vez.

Meu cabelo cresce apartir da raiz. Brasília é uma peruca.

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