segunda-feira, julho 26, 2004

Meu aniversário será um dia comum. Vou acordar, olhar pro céu esperando que esteja azul, tentar advinhar se estará chovendo dentro de 30 minutos, me expreguiçar, amaldiçoar o despertador e levantar. Dou algumas voltas pelo quarto pensando se vale a pena. Vale. Me jogo no chuveiro frio, é um choque e tanto. A água nunca esteve tão gelada quanto está agora. Salvador nunca esteve tão fria em toda a minha vida.

Toda a minha vida completará 18 anos. Os homens convencionaram em suas leis que uma pessoa que já viveu 18 anos está preparada. É o fim do treinamento, agora já está preparada para as dores do mundo, o estatuto da criança e do adolescente não te protege mais, você vai carregar pedra para se sustentar, é um adulto responsável por seus atos. Homens estúpidos.

Depois de toda essa filosofia, eu chego no colégio. Vou receber os parabéns de muita gente para quem eu não estou nem aí, algumas pessoas para quem eu ligo não vão nem falar nada. Eu não me importo com convenções, não sei nem se vou festejar oficialmente. Contanto que eu não perca meus costumes sabáticos e dominicais e que a vida continue valendo, vou aniversariar por muitos anos.

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