terça-feira, setembro 02, 2008

Tarde da noite

Já tendo concluido como a felicidade é importante e fundamental, me espanta e irrita o completo descaso com que trato a minha própria. A minha preguiça de querer, o meu pessimismo crônico no que se refere aos amores delas. Sobretudo a minha falta de idéias, eu tão cheio de idéias de tantas coisas, quando preciso trazer alguém para mais perto.

Amargo dias dos mais infelizes, sofro por não ter feito dias melhores, sofro em dobro por vergonha de perder um dia mais em lamentações inúteis e improdutivas, eu que já sei dos presentes que a vida me deu e me continua dando. O pior de tudo isso, custo a me perdoar. As confissões, sejam aos ouvidos das paredes ou dos amigos, em nada me aliviam da culpa. Pelo contrário: elaboram o conhecimento de meus erros a pontos cada vez mais insuportáveis. Deste modo prefiro muitas vezes calar, sentir minhas saudades e minhas penas quieto, para sossego dos felizes, que podem fazer melhor proveito de seu tempo que ouvir minhas lamúrias imbecis e intermináveis.

Tenho medo de um dia desses desistir por completo e me aquietar infeliz, longe do que possa me lembrar que a felicidade é possível. Eu mesmo já vi de perto, já encostei com a mão. Existe. Mesmo eu, que perambulo sozinho pela noite, já vi, de mãos dadas, o sol nascer.

Mas saudade, aí assim, é ruim.

7 comentários:

Anónimo disse...

As vezes felicidade é coisa natural, quem vem de qualquer coisa, de qualquer acontecimento... chuva, sorriso, abraço, pensamento.. mas na maior parte do tempo, é esforço mesmo..

eu sei que a gente sempre coloca mascaras quando ta na no meio de pessoas, mas eu nunca te achei triste, de verdade.

Kurt disse...

Identifico-me dolorosamente com seu texto.

Abraço

juliana disse...

bem, se isso te deixa feliz...

Maucir. disse...

Existe, mas você realmente vai precisar lidar com o momento, e criar um mecanismo para se proteger sem que para tanto feche a porta para o futuro.

A mim serviu de uma coisa muito importante: aprender a valorizar o que se tem.

Anónimo disse...

Existe, mas você realmente vai precisar lidar com o momento, e criar um mecanismo para se proteger sem que para tanto feche a porta para o futuro.

A mim serviu de uma coisa muito importante: aprender a valorizar o que se tem.

regiane ishii disse...

oi =)

tarciso disse...

O senso de si de cada um pontilha o próprio caminho como que em uma longa sequência de lâmpadas, acesas e apagadas, e se neste trilho percorrido houverem mesmo que apenas 3 ou 4 pontos luzentes, eles - por si - já são uma promessa de que a estrada inteira quer se iluminar...